Que história é essa, cara?
- campusaraujo
- 8 de jul.
- 2 min de leitura

O que é história, mano?
História, meu caro leitor, ou curiosa navegante da procrastinação, não é só aquela matéria que você fingia prestar atenção enquanto desenhava espadas na borda do caderno. História é o modo mais elegante que o ser humano encontrou de não esquecer que já fez muita besteira (e, se puder, vai repetir).
Antes de mais nada: história não é uma palavra só. Ela é três disfarçadas de uma. Primeiro, temos o tempo histórico que é o fluxo infinito de acontecimentos, desde a invenção da roda até o dia em que o seu primo virou coach de produtividade. Tudo isso é história. Ontem é história. A última eleição é história. O café que você esquentou e esqueceu no micro-ondas também, embora sem grande relevância documental (a não ser que você seja um antropólogo do fracasso cotidiano).
Ciência histórica e historiografia
Depois, vem a ciência histórica: aquela gente séria (ou quase) que estuda o tempo histórico, cata pistas no lixo dos séculos e tenta entender como é que viemos parar nesse buraco. Pode ser usando documentos, objetos, pinturas, cartas de amor, atas de reunião, memes... tudo o que o ser humano deixou pra trás, como quem tenta reconstruir a festa só pelos copos quebrados.
E, por fim, temos a historiografia, que é a forma como se escreve isso tudo. A História com H maiúsculo. Ou seja, depois que o historiador vasculha, questiona, compara, briga com colegas em seminários e toma café demais, ele escreve um livro. E o livro vira a história “oficial”, até que venha outro historiador e diga que aquilo tá errado. E assim seguimos: um eterno Ctrl+Z da verdade.
Ah, e não se engane: o passado não muda. Mas o que a gente entende sobre ele muda o tempo todo. Heródoto, aquele grego curioso que inventou o negócio todo, chamava isso de investigação. Eu chamo de tentativa desesperada de fazer sentido do caos. No fim das contas, história é isso: gente tentando entender gente, tempo tentando engolir tudo, e alguns velhos (tipo eu) tentando escrever o que sobrou.
Porque quem não olha pro passado... acaba elegendo ele de novo. Ou por que seu tataravô ainda te persegue.
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