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Vasco da Gama, o escroto-mor da história portuguesa

  • campusaraujo
  • 23 de jul.
  • 2 min de leitura
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Do Tejo ao Índico, um rastro de arrogância e pólvora


Outro dia assisti a um vídeo do Eduardo Bueno, o Peninha, sobre o tal Vasco da Gama. Sim, aquele mesmo, o navegador português que virou nome de avenida, time de futebol e, vá lá, um ou outro bar decadente. Bueno, como sempre, não decepciona: transforma um sujeito que muitos chamam de herói em algo mais próximo de um corsário com aval da Coroa. Um pirata elegante, com mapas, cruz e pólvora.


Vasco da Gama foi um dos maiores escrotos da história. E olha que a concorrência na época era pesada, cheia de macho branco europeu com espada em uma mão e cruz na outra, achando que Deus era corretor imobiliário. Mas Vasco se superou.


Ele não era só navegador. Era truculento, vingativo, uma espécie de síndico psicopata dos mares. Quando chegou na Índia, não tava interessado em entender cultura nenhuma, nem em trocar temperinhos, queria impor, explorar e humilhar. Mandou cortar o nariz e as orelhas de mensageiros. Enviou corpos esquartejados como cartão de visita diplomático. Simpático, né?


Ah, e tem o caso do navio com peregrinos muçulmanos. Cento e poucas pessoas, a maioria mulheres e crianças. Vasco da Gama, o nosso homenageado de rua e túnel, mandou tocar fogo no navio com todo mundo dentro. Assim. Por pura escrotidão.


Dizem que ele ‘descobriu o caminho das Índias’, como se fosse um adolescente perdido com o Google Maps. Não descobriu nada. Chegou aonde já tinha gente há milênios. E chegou como chegam os escrotos: de peito estufado e cabeça vazia de empatia.


Aqui no Brasil tem time de futebol, escola e avenida com o nome dele. Tá no livro didático como herói. Eu, se tivesse netos, eles seriam  proibidos de fazer trabalho sobre Vasco da Gama. Façam sobre um camponês indiano, uma mulher que sobreviveu às invasões, um navegador africano que nunca entrou em nenhum museu europeu. Vasco que vá tomar... banho de mar, lá no século dele. De preferência sem volta.


Sem essa de patriotismo de almanaque, herói, escroto, ou genocida, tudo depende de quem segura a pena que escreve a história. E a minha pena já tá velha, mas ainda tem bico afiado.


 
 
 

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